Inês Norton (1982)
Com formação em design gráfico e uma carreira como artista plástica, no seu corpo de trabalho, aborda questões ligadas ao binómio: natural/orgânico vs artificial/ sintético.
Numa abordagem de observação e registo destes dois conceitos aparentemente antagónicos, explora os seus diálogos contemporâneos, pontos de intercepção, dissonância e tensão, assumindo-os como ponto de partida da sua linguagem artística, que vai naturalmente assumindo outras ramificações e problemáticas.
Através de uma perspectiva holística, intrinsecamente ligadas ás suas práticas pessoais, Inês Norton transporta para o seu trabalho algumas das suas preocupações relativas á temática da sustentabilidade, ainda que muitas vezes desveladas através de um discurso intencionalmente irónico.
Questões relacionadas com o apelo á reconexão com a nossa essência primordial e a necessidade urgente de revermos paradigmas, na sua perspectiva obsoletos, são também parte integrante do seu trabalho.
Nesta Era Antropocênica, em que a nossa pegada se assume já como um “print” naquela que é a nossa Casa – Planeta Terra – os projetos de Inês Norton tocam, da forma subtil que a caracteriza, num apelo á urgência latente de um “rethinking” global.
No contexto do aprofundamento da sua pesquisa e num momento histórico paradoxal, em que a privacidade se esbate nos écrans de uma nova suposta vida social (e cada vez mais global), recentemente tem colocado o seu foco no Sentido do Tacto e em como este tem assumido uma nova literacia, num universo primordialmente tecnológico. Neste contexto, propõem um novo mapeamento da tactilidade e a exploração de novos campos sinestésicos, que tirem partido da inevitabilidade da “sensualidade” do mundo digital, sem perder no entanto, nunca de vista, a percepção física e real da linha limite de contorno do nosso corpo, que nos serve de mediação com o exterior.
Para o seu trabalho, para além da chamada de atenção para a fragmentação do toque que assume novos contornos neste novo enquadramento, explora também a definição de pontos de encontro tão fundamentais não só entre tecnologia e empatia, mas também entre inteligência artificial e inteligência emocional.